sábado, 23 de janeiro de 2010

A Tia ao piano “Clair de Lune”

A Tia ao piano “Clair de Lune” Quase adormecida em meu leito desordenado e vazio do teu corpo, da tua ausência da tua voz escuto uma canção para chamar o sono e mais uma vez tu me chegas em forma de sonho...E fico ali da janela do meu quarto,escuro olhando as estrelas olhando......olhando e tentando compreender...No teu silencio talvez também me saibas....talvez também me sintas....Tu és o meu sonho de amor. Meu sonho mais bonito.Escuto o barulho do silencio da noite,escuto o mar e me entrego ao destino do nosso desencontro...Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos que são doces,mas tristes,tristes.



Nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausta e distante...distante... No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida quando me escreves... quando me escreves.Quando.... E eu sinto que em meu jesto gesto existe o teu gesto jesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.

Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu te deixarei ir tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada para outro amor ou para o nada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui a tua grande íntima da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço...

E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar do vento do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serena e estarão na essência da canção que me levou à ti esta noite.......................
A casa de Janelas grandes a Rua Santa Cristina Tua tia ao piano tão linda tocando prá nós, minha canção de infância cheia de vazios de esperanças e sonhos.
Hoje ouvindo “Clair de Lune” Te se senti muito junto bem perto quase dentro de mim assim como se fora eu, e não Debussy o grande mestre compondo a grande arte para um grande amor que eu penso,seja você Eu Te amo ainda Ela espera como quem espera por um milagre impossível Porque do amor e da morte não somos proprietários sou tua porque tu me chegastes me seguistes me cativastes e de ti não pude mais sair.
Maio/2001

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